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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Alucinação

Este é o último post de 2010. Agradeço a você que no vem acompanhando o blog nesses dois meses de existência. Obrigado pelos comentários e sugestões, isso só tem me ajudado a melhorar cada vez mais. Espero que goste dessa última estória do ano. Em 2011 prometo continuar postando novidades. 

Feliz ano novo, muito sucesso, paz e prosperidade. 


 Agora leia a "Alucinação".     

      -Oh, meu amor. Você não imagina o quanto eu senti sua falta. –Ela dizia com um brilho no olhar.

     -Eu também sofro quando não estou contigo. O tempo, só para me maltratar, passa vagarosamente. É como se me obrigasse a viver a eternidade sem ti. –Os olhar dele correspondia.

     -Mas, felizmente, felizmente estamos juntos novamente. Deixemos de lamentar o passado. Agora que estou contigo tudo o que quero é me entrelaçar em teus braços e beijar teus lábios. Esqueçamos o mundo. Esqueçamos tudo.

     -Que assim seja. Sabia que esse momento chegaria. Ainda que meu céu se envolva em trevas, sempre resta uma estrela de esperança que brilha pelo nosso amor.

     -Adoro tuas palavras. Sempre és tão romântico naquilo que dizes. Não bastasse tua doce presença, ainda tenho o deleite de te ouvir trovar em nome de nosso sentimento. És perfeito.

     -A perfeição não existe minha amada. Jamais serei perfeito. Sempre haverá alguém que julgará minhas palavras diferentemente da forma como julgas. Mas, não me importo, se tiver de tentar ser perfeito que minha perfeição seja aquela que te agrada o coração.

     -Não entendo. Como podem censurar-nos? Como podem evitar que nosso amor se concretize? Porque insistem em nos distanciar? Porque insistem em tentar envenenar pela distância meu sentimento por ti?

     -Amor meu, as perguntas são muitas, porém todas caem frente a uma resposta: inveja. As pessoas são egoístas demais. Um amor como o nosso incomoda. Todos anseiam um amor verdadeiro para si, porém quando não o encontram, sentem-se injustiçados e desejam que ninguém encontre.

     -O que sinto por ti é mais forte que tudo. Basta pronunciar o teu nome para que meu coração se encha de alegria. E em momentos como este, em que compartilhamos do mesmo ar, sinto-me afortunada. Ah, como te amo.

     -Não! Fuja minha amada! Eles estão vindo. Corra antes que seja tarde. Querem nos separar novamente. Não deixe. Não me deixe.

     -Jamais vou te deixar... – Diz ela antes desmaiar nos braços do enfermeiro, que rapidamente lhe aplicara um sedativo.

     Ela havia ficado apenas alguns minutos sem sua medicação. Mas, foi o suficiente para que, novamente, os sintomas da esquizofrenia se manifestassem. Estava novamente tendo uma alucinação com o noivo. Este falecera há cinco anos. Ela jamais superou a perda.

     Sem conseguir esquecer o amado, a infeliz desenvolveu a doença. Desde então vivia em um manicômio sedada por fortes medicamentos. Sem eles ela voltava a ter alucinações. Por meio destas mantinha a chama de um amor atrapalhado por uma fatalidade do destino. A loucura dava vida ao amor.

3 comentários:

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Obrigado. R.H.