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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Versopérfluo

Versopérfluo

Pediu-me versos,
Sorrindo, faceira.
Como se versejar
Fosse brincadeira.

Pediu-me versos,
Dando a forma e a cor,
Como se pedisse um desenho:
"Um poema, por favor?"

Pediu-me versos.
E eu lhe faria centenas,
Tendo o seu olhar
E o seu sorriso por mecenas.

Pediu-me versos.
Mas, pensar, não pude.
Perdi-me em seu olhar,
Seu sorriso, sua infinitude 

Pediu-me versos,
Sem ver que eu emudeci,
Que os versos jamais teria,
Pois já tinha o poeta para si.

r.h.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Ser(mos)

Ser(mos)

Era sutil, singelo,
Entre mesuras.
Vontade em rédeas.
Que ao libertar-se
Engendrou o elo,
Despiu-nos de armaduras.

Então, é assim:
Carnal; humano;
Insano(?); Intenso.
Sem pensar no fim,
Desnudando o tempo
Em nosso consenso.

Sejamos, pois, desejos,
Olhos em confluência,
E palavras breves.
Silenciosa eloquência,
Entrecortada por
Unhas; dentes; beijos.

Que seremos, por fim?
Personificação da liberdade.
Tudo o que quisermos ser.
Um momento, uma eternidade?
O veredito de um querer,
Escrito por você e por mim.

r.h.