Ó timidez cruel, covardia ingrata,
Que me prende com seus laços,
Forçando-me a seguir teus passos.
Desatino infeliz que maltrata.
De que vale viver a eterna cobiça,
Um sonho vão que me consome,
Que me tenta a gritar este nome.
Que minha pobre alma enfeitiça.
Quisera ter da coragem a posse,
Ser detentor da feroz ousadia
De um notívago que encara o dia,
Sem temer despedida precoce.
Mas tenho por companheira a fé,
Que me incita a buscar o destino,
Ser mais homem e menos menino.
Atirar-me, sem medo, contra a maré.
Ainda sentirei daqueles lábios o gosto.
E amá-la-ei sem receio ou pudor.
E quando virem o sorriso em meu rosto,
Decerto dirão: é sintoma do amor.
Ah, o amor...
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