Sonho sonhos sonháveis,
Cujas possíveis impossibilidades,
Envaidecidas pelas vaidades,
Os fazem crer realizáveis.
Vivo a pensar o impensável.
Sem temores temerosos,
Nem a coragem dos corajosos.
Mas que à inveja é invejável.
Sozinho, eu só sigo a solidão,
Sem acompanhar companhias,
A esvaziar conversas vazias,
Sobre a apaixonante paixão.
A diversão não me diverte,
A dor não me é dolorosa.
Até minha ânsia não é ansiosa.
E sigo nessa inércia inerte.
Há censores a me censurar,
Diferentes à minha indiferença,
Adoecem por minha doença,
E incuráveis, tentam me curar.
Encareço de sua caridade,
Indispensável, que eu dispenso
Pois é, a meu insensível senso,
Desnecessária à necessidade.
Robson Heleno
Robson Heleno
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