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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Minha Estrela

    O post de  hoje foi feito em homenagem àquela que é a responsável por tudo que sou hoje em dia, e pelo que posso vir a ser um dia. A pessoa mais importante da minha vida: minha mãe. Te amo Mãe, feliz aniversário!!!


                                          Minha Estrela 

    Não sei ao certo quando ela surgiu. Acho que sempre esteve ali, antes mesmo de minha existência. Aguardando minha chegada. Quando dei por mim, lá estava ela, brilhando por mim, para mim. Era a coisa mais linda que meus olhos já haviam visto. Mas eu não entendia ainda o que ela representava. Apenas a amava, sem sequer conhecer os motivos. Somente sabia que devia a ela meu amor.
     Com o passar do tempo eu percebia que ela não estava ali por acaso. Eu não sabia ao certo o porquê, mas ela cuidava de mim da melhor forma possível. Embora eu nada tivesse a lhe oferecer, a não ser meus sorrisos sinceros e meu amor costumeiro. Isso parecia sempre bastar para que ela fosse feliz. Brilhava para mim com todas as forças. Sua luz me alegrava, me fortalecia.
     Quando já estava maior, descobri que minha existência dependia dela. Ela me dera a luz, e a mantinha com seu brilho, seus cuidados, seu amor. Foi então que enfim me senti importante e, ao mesmo tempo, percebi o quão importante ela era para mim. Passei a cuidar dela também, à minha maneira pueril, mas cuidava.
     Às vezes acordava a noite e lá estava ela, brilhando com cuidado para não me acordar, velando por meu sono. Por vezes ela me defendeu,  se esforçando máximo para iluminar meus caminhos e evitar que eu tropeçasse nas pontiagudas pedras do caminho. Ela seria capaz de sacrificar a própria existência por mim. Sentia-me protegido de tudo. Mas temia que a vida ousasse roubá-la de mim.
     E bem que a vida tentou. Por vezes quis apagar-lhe o brilho. E eu senti o cruel temor de perdê-la. Mas ela manteve-se forte, lutou arduamente, venceu batalhas homéricas por mim. Tudo sem jamais deixar de brilhar por mim um dia sequer. Minha estrela guerreira! Tudo isso só serviu para nos unir ainda mais. Nosso amor nos fortaleceu. Enfrentamos o mundo juntos, mesmo quando ele pareceu invencível.
     E, em meio às vicissitudes, cresci. Ganhei forças para retribuir tudo o que ela havia feito por mim. Hoje quem cuida dela sou eu. Devoto minhas energias para mantê-la brilhando como sempre. Por vezes vi seu brilho enfraquecer, prestes a se apagar por definitivo. Mas lutei como pude para salvá-la. Não sei como, mas consegui. Talvez tenha sido nosso amor, novamente. O importante é que hoje a tenho ao meu lado.
     Com ela sou forte, capaz de vencer qualquer coisa. Ela motiva minhas conquistas, meus sonhos. É o que me impulsiona a prosseguir atravessando a tempestuosa vida. Não sei o que seria sem ela. Sem seu brilho os caminhos se tornariam obscuros, talvez eu acabasse perdido e sozinho em meio à escuridão. Ela é meu guia, a estrela que me orienta, me ajuda a seguir em segurança atravessando esta tempestade.
     Sei que muitos também possuem suas estrelas. Alguns sequer notam a importância que elas têm. Mas eu sei mensurar o significado da minha. Em meu céu ela reina majestosa. E sei que nenhuma outra jamais conseguirá ofuscar-lhe o brilho. Pois minha estrela é diferente de todas as outras. Ela é única, linda... perfeita. Jamais haverá no mundo outra igual a ela. Pois minha estrela foi feita especialmente pra mim, disso tenho certeza. Ela é meu guia, meu anjo, minha inspiração... minha mãe. Te amo mãe!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Amor Idealizado

     Ela olhava pela janela enquanto seu pensamento passeava pelas ruas que passavam. Então ele entrou. Os olhos da jovem moça brilharam, o coração sofreu uma súbita alteração, denotando que não era a primeira vez que ela o via. Realmente, há exatos três meses eles pegavam o mesmo ônibus. O encanto repentino de um primeiro olhar transformara-se em uma paixão adolescente com o passar do tempo. Ela o olhava, admirava, desejava, sonhava. Mas, infeliz, jamais havia sido correspondida.
     A pobre moça passava o trajeto inteiro idealizando como deveria ser a personalidade do desconhecido. Em seu íntimo o via como um rapaz educado, capaz de encantar com seus modos. O romantismo também estava entre seus atributos, bem como a sensibilidade e a simpatia. Ele a faria sorrir com seu jeito extrovertido e estaria sempre presente em momentos difíceis. Por mais que não o conhecesse, ela sabia que ele era assim.

     Durante todo o esse tempo, mesmo se vendo todos os dias, ele jamais havia sequer sentado ao lado dela. Não por falta de esforços, porque a moça se esforçava para manter sempre o assento ao lado vago, mas ele sempre sentava mais a frente, ou então mais atrás. Nunca ocupava o lugar que lhe era destinado por direito. Pior que isso, ele sequer notava a presença da moça. Exceto em um dia em que ele estava de óculos escuros, e ela teve certeza de que ele a observava discretamente.
     Mas, hoje tudo seria diferente. Ele entrou no ônibus e procurou um lugar para sentar. Até que então seus olhos pararam no olhar da jovem moça. Ele então caminhou e sentou ao lado dela. Não havia como esconder a alegria, ele não só a havia olhado nos olhos, como enfim havia ocupado o lugar que ela há muito guardava. Regozijando-se com tal fato, a moça sequer reparara que ele havia sentado ali simplesmente porque todos os demais assentos estavam ocupados.
     Ela tentava disfarçar olhando para os lados, mas vez ou outra lançava um olhar sorrateiro para o rapaz. Ele sequer percebia isso, parecia mais interessado em observar o caminho. A moça parecia realizada, o simples fato de compartilhar aquele tão sonhado momento já lhe era suficiente. Mas ainda assim, fantasiava uma possível aproximação por parte dele, um sorriso, qualquer sinal que demonstrasse reciprocidade.
     Eis que então o rapaz volta-se em direção à moça. Olha em seus olhos e pergunta as horas. Ela não consegue acreditar: ele falou comigo! É como se aquilo a tivesse paralisado por completo. O rapaz coça a cabeça e tenta entender porque ela não responde. Ela gagueja, por fim consegue lhe dizer o horário com a face enrubescida pela timidez. O rapaz agradece e volta a olhar para o caminho. Ela não consegue acreditar, é o dia mais feliz de sua vida. Em seu pensar, aquilo foi apenas um começo, uma prova de que é correspondida.
     Seus mais íntimos sonhos começam a ganhar vida. Ela já vislumbra um futuro ao lado daquele que está ao seu lado sem sequer imaginar o que se passa naquela mente jovial. Porém, o celular do rapaz toca despertando-a dos devaneios. Ele o atende e ela fica escutando tudo o que ele fala. A conversa é breve, porém o ponto crítico é o final, quando ele diz: “Tchau amor, te amo”. Aquelas derradeiras palavras deixam a jovem estática. Ela parece questionar se foi aquilo mesmo que ouviu.
     O jovem se levanta, a porta se abre e ele desce do ônibus. Parte deixando para trás a pobre moça que, sentada em seu assento, não consegue conter a lágrima que lhe corre à face. Está desiludida, coração estilhaçado. “Como ele pode?”, ela se pergunta. Fora cruelmente traída por aquele a quem durante meses devotou seus pensamentos. Em um único dia ele se aproximou, deu esperanças de um futuro, e depois a abandonou com o coração em pedaços.
     Nossa jovem adolescente jamais será a mesma. O rapaz não faz idéia, mas acaba de deixar para trás uma mulher desiludida que jamais confiará novamente nos homens. Daquelas que dirá em conversas com as amigas coisas do tipo, “os homens são todos iguais”. Ele não imagina, mas é o culpado por ter traído a pureza de um amor idealizado por uma jovem adolescente. E tudo porque ousou ocupar o único lugar vazio no ônibus e perguntou as horas à pessoa que estava ao seu lado. Quem diria? 



Fonte Imagem: http://lh5.ggpht.com/Encantosepoesias/SADeZMIUNLI/AAAAAAAAAXA/nbGvZGPenWc/V1.jpg?imgmax=512

sábado, 11 de junho de 2011

Namorado

Amanhã é Dia dos Namorados, então o post de hoje é uma singela homenagem a esta data e ao sentimento que ela ocasiona em muitos corações, não só daqueles que namoram, mas também dos que estão solteiros.

Namorado

Amar-te e ser amado.
Viver tuas vontades.
Partilhar teu carinho.
Estar sempre ao teu lado.

Entregar-me de bom grado.
Esquecer as possibilidades.
Adentrar em teu mundo.
Entorpecer-me apaixonado.

Abrir mão da liberdade
E permanecer aprisionado
Somente à tua realidade?

Enfim, ser teu namorado?
Perdoe minha sinceridade
Mas, não quero, obrigado.





Fonte Imagem: http://www.memeit.com/wp-content/themes/shopperpress/thumbs/trollface3.jpg


domingo, 5 de junho de 2011

Pássaros

     Um pássaro branco atravessa o mar celeste, quebrando assim a monotonia de meus pensamentos. Ele passa diante de meus olhos, tenho a sensação que se esticasse o braço poderia tocá-lo com a ponta dos dedos. Como uma lâmina branca, ele corta a imensidão azulada com facilidade. Eu o observo. Seu vôo é tão suave, o invejo. Quisera eu ter tamanha liberdade. Mas agora, voar já não me é tão interessante. Apenas contemplar a alva ave que plana ao sabor do vento me é o bastante.
     Não sei ao certo a que distância do chão me encontro, mas tenho certeza que estar no topo deste arranha-céu é suficiente. A esta altura o vento adquire vigor jamais visto. Passa com força por mim. Sua direção está em constante mudança, ora me inclina para frente, como se me incentivasse a pular, ora me puxa para trás, querendo impedir-me. Mas estou firme ao chão. Mais que meu corpo, o que oscilam são minhas idéias. Meus pensamentos parecem brigar entre si.
     Olho para baixo. Vejo ao longe a senhora que rega sua planta na varanda. Bem abaixo os automóveis correm com pressa pela maior artéria de asfalto dessa cidade. Nas calçadas, milhares de pessoas passam esbarrando-se sem se desculpar. É a pressa, a agonia voraz do cotidiano destas vidas monótonas. Aposto que se perguntasse a qualquer uma delas o sentido disso tudo, não saberiam me responder. Diriam não ter tempo pra conjecturas ociosas. Mas eu tenho! Na verdade, diria que, agora, tenho todo o tempo do mundo.
     Aqui em cima o tempo caminha com cautela. Talvez seja porque ele já percebeu que pretendo abreviar seu poder sobre o meu destino. Não há mais o que deliberar, minha decisão já foi tomada. O que faço aqui então? Estou apenas repassando minha vida e contemplando a beleza que durante tanto tempo permaneceu invisível a este olhar escravo da vida rotineira, que jamais ousou se dar a luxos tão singelos. Há tanta beleza a ser vista, mas não quero me fartar nela. Em breve estarei satisfeito.
     Uma melodia suave chega aos meus ouvidos. Será o vento entoando sua canção numa tentativa de me dissuadir de meu objetivo? Não, o som vem da varanda da senhora. Desconheço a música, mas confesso estar apaixonado pela sensação que ela me traz. É justamente a calma que preciso para fazer minha viagem. A calma de quem acredita estar fazendo a coisa certa. Afinal, pensei muito antes de vir até aqui. Agora sei que já não há mais nada forte o suficiente para manter neste mundo.
     Decepções, inveja, traições. Palavras cujos sentidos roubaram-me o desejo pela vida. Traído por aqueles que amei, enganado por quem confiei. Quando dei por mim estava solitário em meio àqueles estranhos conhecidos. A vaidade e a ganância que permeiam as relações neste mundo são demais para mim. “Só sobrevive aquele que consegue se adaptar ao meio”, me diziam na escola. Embora inapto, eu sobrevivi. Mas tenho ciência de que não deveria. Por isso farei aquilo que o meio fez questão de me mostrar ser o certo.
     Outro pássaro se aproxima de mim agora. Parece vir em minha direção. Sua penugem é negra e brilha com os raios do sol. Se fosse supersticioso, julgaria ser a personificação da morte. Creio que este é o momento de por o ponto final nas tortuosas linhas desta existência problemática. Ele está mais próximo de mim agora. Plana com as asas abertas, como se viesse até mim pedindo um abraço. Esta é minha deixa, devo ir ao encontro do destino que vem até mim. Devo voar em sua direção e abraçar a liberdade.